Uma paleta de tintas para crianças cegas e uma telha ecológica feita do bagaço da cana-de-açúcar foram as criações dos alunos Maytê e Leonardo premiados na Febrace
Por: SESI-SP
30/03/202116:48- atualizado às 16:48 em 30/03/2021
Identificar um problema e apresentar uma solução por meio de uma ideia inovadora. Foi o êxito no cumprimento desse critério de pesquisa que levou os jovens estudantes Maytê Braz de Andrade Mello, 13 anos, do Sesi Santa Bárbara d’Oeste, e Leonardo Santos Rendeiro Palheta, 15 anos, do Sesi Planalto Verde de Ribeirão Preto, a serem premiados na edição de 2021 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), um dos mais importantes eventos científicos voltados à educação básica do País. A cerimônia de premiação aconteceu na tarde de sábado (28).
Com o projeto “PACOR, o mundo colorido não visto”, a aluna Maytê, do 8º ano do Ensino Fundamental do Sesi Santa Bárbara, conquistou o prêmio “Meninas em STEM” (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e foi contemplada com uma bolsa de iniciação científica júnior concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como forma de incentivo à participação de meninas no desenvolvimento de projetos científicos. Maytê também conquistou o prêmio “Poli Cidadã de Tecnologia e Desenvolvimento Social”, recebendo um certificado de menção honrosa e um vale-livro no valor de R$100,00 patrocinado pela Fundação Vanzolini.
O estudante Leonardo, do 1º ano do Ensino Médio do Sesi Planalto Verde, em Ribeirão Preto, apresentou o projeto “Eco Telha” e conquistou o segundo lugar no prêmio “Por um Mundo Sem Lixo” e recebeu um certificado e um curso sobre Economia Circular, promovido pela iniciativa Curso Movimento Circular, que estimula ações para um mundo sem lixo. Leonardo também recebeu medalha de 3º lugar e certificado na “Categorias Gerais” da Febrace, na área de Ciências Agrárias.
PACOR
No projeto “PACOR, o mundo colorido não visto”, Maytê buscou proporcionar às pessoas cegas a percepção das cores por meio de outros sentidos. Para isso, foi feita uma pesquisa sobre o sentido e a simbologia das cores e a partir daí foi criada a PACOR, uma paleta de tintas com um sistema tecnológico. Nela, as tintas possuem cheiro, um manual em braile e uma audiodescrição, permitindo que as crianças cegas possam desenvolver suas próprias interpretações das cores e do mundo.
Para Maytê, participar de um evento como a Febrace foi um passo importante em sua vida e representou um grande avanço para a continuidade do projeto. “Quando recebi o primeiro prêmio, certificado e livro, fiquei muito feliz. Quando veio o segundo, a bolsa de estudos, foi incrível”, lembrou. Agora, ela pretende dar continuidade ao projeto PACOR, pois quer que a ideia chegue às escolas do Brasil e beneficie crianças cegas. “Pretendo aprimorar a parte de informática e aprender Libras e braile, que são essenciais no meu projeto. Enquanto o projeto vai se desenvolvendo, eu cresço junto com ele”, contou Maytê.
Eco Telha
Da cidade de Ribeirão Preto, maior produtora de cana-de-açúcar do mundo, o aluno Leonardo utilizou o bagaço e a palha da planta, combinados com resina à base do óleo de mamona, para a criação de telhas. Além de uma solução ecológica para a construção civil, o aproveitamento desses insumos evita a queima da palha e, consequentemente, minimiza os altos índices de poluição.
Leonardo conta que a ideia surgiu a partir da observação da falta de infraestrutura de uma comunidade em sua cidade. “Pensei o que poderia fazer para ajudar essas pessoas. Então, desenvolvemos um material de baixo custo e resistente, de modo a mudar a vida dessas pessoas. A Eco Telha tem uma grande importância social, que é o que desde o início gostaria de atingir”, falou. Para ele, a premiação na Febrace é o reconhecimento a um trabalho árduo e a um longo tempo de pesquisa. “É um sonho que jamais pensei que se realizaria”, afirmou.
Apoio
O projeto da aluna Maytê foi orientado pela professora Érica Fátima Inácio, coorientado pelo professor Marcelo Lauer, e recebeu o apoio do orientador de Educação Digital, Luciano Scognamiglio, do ex-aluno Matheus Gouvêa Betim, da coordenadora pedagógica Elisangela de Moraes, da diretora da Escola Sesi de Santa Bárbara, Patrícia Furlan, e do diretor do Sesi, André Vigneron. O projeto do Leonardo teve a orientação da professora Marília Aliarde, coorientação do técnico Bruno Vicente Moraes e apoio da coordenadora pedagógica Juliana Lilian da Silva, da diretora do Sesi Planalto Verde de Ribeirão Preto, Luciane Rosa de Souza, e do diretor do Sesi, Álvaro Alves Filho.
Para conhecer o Projeto “PACOR: o mundo colorido não visto”, acesse febrace.org.br/virtual/2021/ENG/152. Para saber mais sobre o projeto “Eco Telha”, acesse febrace.org.br/virtual/2021/AGR/11 .